Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Agostinho - bem / mal

Se Deus criou o mundo, criou também o mal?

Filosofia da Moral ou Ética
Tema: o bem e o mal
Filósofo: Agostinho (354 – 430)
Obra: As Confissões (397)

Biografia

Santo Agostinho (354 – 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre e Doutor da Igreja Católica. Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Agostinho foi muito influenciado pelo neoplatonismo de Plotino. Ele criou o conceito de pecado original e guerra justa.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Fausto - Goethe / Murnau

Nelson Cavaquinho - Juízo Final

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

As Confissões (397)

Assim eu concebia a tua criação, finita e plena do infinito que tu és. Dizia: eis Deus, e eis as criaturas de Deus. Deus é bom, poderosamente e amplamente superior a elas. Mas sendo bom criou coisas boas que ele envolve e preenche. Então onde está o mal, de onde veio e por onde penetrou? Qual é a sua raiz, qual é a sua semente?
Ou absolutamente não existe? Então, por que temer e evitar uma coisa inexistente? Se o tememos sem motivo, é certamente mal o próprio temor, que punge e atormenta em vão o nosso coração, e um mal mais grave, porque não há nada a temer e, no entanto, tememos. Portanto, ou existe um mal, objeto do nosso temor, ou o mal é o nosso próprio temor. Mas de onde provém o mal, se Deus, que é bom, fez todas as coisas boas?
Certamente Ele é o bem maior, o Bem supremo, e não tão boas são as coisas que ele fez; no entanto, tanto o criador quanto as criaturas são o bem. De onde vem então o mal? Talvez daquilo que usou para fazer a matéria, porque nela estava o mal, e Deus, ao dar-lhe uma forma e uma ordem, deixou algumas partes que não transformou em bem.
Mas, mesmo isso, por quê? Era talvez incapaz o Onipotente de convertê-la e transformá-la por inteiro, de modo que não restasse nada do mal? Enfim, por que quis obter algo daquela matéria e não usou a sua onipotência para de todo aniquilá-la? Ou talvez a matéria pudesse existir sem o seu querer? Ou, se a matéria era eterna, por que a deixou subsistir tão longamente nesse estado, durante os infinitos séculos transcorridos, e depois de tanto tempo decidiu fazer com ela alguma coisa?
Ou ainda, se sentiu o desejo de agir, por que não preferiu agir no sentido de aniquilar a matéria, restando apenas Ele, bem integralmente verdadeiro, supremo, infinito? Ou, se não era bem-feita, não deveria ter eliminado e aniquilado a matéria ruim, para produzir desde o início uma boa, a partir da qual extrair todas as coisas? Que onipotência, de fato, era a sua, se não podia criar nenhum bem sem a ajuda de uma matéria não criada por ele? Eu ruminava esses pensamentos em meu coração repleto das angústias mais pungentes, frutos do temor da morte e da não descoberta da verdade.

Dicionário Filosófico

Bem e mal – refere-se a avaliação de objetos, desejos e comportamentos através de um espectro dualístico, onde numa dada direção estão aqueles aspectos considerados moralmente positivos e na outra, os moralmente negativos. O bem é por vezes visto como algo que implica a reverência pela vida, continuidade, felicidade ou desenvolvimento humano, enquanto o mal é considerado o recipiente dos contrários.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Se Deus existe e é bom, qual é a origem do mal?
                Primeira hipótese:
                Ou existe um mal, objeto do nosso temor; ou o mal é o nosso próprio temor.
                Segunda hipótese:
                O mal estava na matéria que Deus usou quando criou o mundo.
Agostinho aceita estas duas hipóteses?
                (   ) sim                                  (   ) não
2 – Para Agostinho o mal não existe, é ausência, é puro não-ser.
     (   ) verdadeiro                      (   ) falso
3 – Analogamente, a escuridão existe ou é somente a ausência da luz?
                (   ) existe                              (   ) não existe
4 – No filme Homem Aranha (3), Peter Parker tem que lidar com o sentimento de vingança e passa a usar um estranho uniforme negro, que se adapta ao seu corpo,  mal sabe ele que esse uniforme na verdade é um simbionte, que se aproveitou da raiva que sentia pelo Homem-Areia, e possuiu seu traje, dando a ele uma maneira mais perversa de combater o crime. Neste sentido, o Homem Aranha:


                 (   ) tornou-se mal
                 (   ) somente deixou de praticar o bem

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